André Carvalho

Entenda de uma vez o que são ícones, índices e símbolos estudados pela semiótica

Desde os primórdios da humanidade, quando a linguagem formal ainda era um sonho distante, nossos ancestrais já buscavam maneiras de se comunicar.

Seja através de desenhos nas cavernas ou símbolos primitivos, foram surgindo as bases para a transmissão de ideias de experiências.

E apesar da evolução da linguagem formal, a essência da comunicação permanece a mesma: a representação de algo, seja um objeto, ação, sentimento ou conceito, através de um signo.

Signo – a ponte entre o real e o simbólico

O signo, como definido por Décio Pignatari (1927 – 2012), é “toda e qualquer coisa que substitua ou represente outra”.

Ele funciona como uma ponte entre o mundo real e o universo simbólico da comunicação, permitindo-nos transmitir e interpretar mensagens complexas.

Lupa em vetor com elementos ao redor

A semiótica, também conhecida como ciência dos signos, aprofunda-se no estudo desses elementos, investigando como os seres humanos interpretam e dão sentido ao mundo ao seu redor.

Essa área abrangente vai além da análise de textos e palavras, englobando diversos aspectos da comunicação humana.

Vamos entender melhor, mergulhando nas categorias propostas por Charles Sanders Peirce (1839-1914), considerado o pai da semiótica.

Os signos dividem-se entre Ícones, Índices e Símbolos.

Quadro ilustrativo sobre Ícone, Índice e Símbolo

Ícone

Chamamos de ícone aquilo que tem uma relação de similaridade entre o signo e seu referente. Ou seja, o signo se assemelha visualmente ao que ele representa.

No caso do desenho, a silhueta do gato representa fielmente o significado que se quer passar.

Índice

Diferentemente do ícone, o índice apresenta uma relação de causa e efeito com seu referente. Em outras palavras, o índice indica ou aponta para algo que está presente no ambiente.

No exemplo da imagem as pegadas indicam que algum animal, possivelmente um gato, passou por ali.

A pegada em si é um índice da presença do gato. Assim como um rugido em uma floresta indicaria um leão. Ou fumaça indicando fogo.

Símbolo

Já o símbolo baseia-se em uma relação convencional entre o signo e o significante. Aqui não temos nenhuma “pista” ou representação fiel do significado.

Só conseguimos entender por conta de acordos sociais. Em outras palavras, em determinado momento da criação da língua portuguesa foi convencionado que a palavra para representar o animal do desenho seria “GATO”.

E os símbolos podem assumir diversas formas, dependendo do país que a pessoa se encontre, já que cada lugar tem sua própria língua e costumes.

Dominar os conceitos de ícone, índice e símbolo é como ter uma chave para desvendar o mundo da comunicação.

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Dicas de leitura:

Charles S. Peirce – Semiótica

Lucy Niemeyer – Elementos de semiótica aplicados ao design

Lucia Santaella – A Teoria Geral dos Signos

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